Arrasta uma cadeira e senta pra gente prosear...

O Ana Maria Pantaneira vai tratar dos assuntos do cotidiano de Mato Grosso do Sul.

O melhor do mundo está aqui, o Pantanal.Vem pra cá conhecer essa terra sem igual, aqui temos o que você procurar, oferecemos uma terra fértil para plantar, temos homens e mulheres simples do campo que gentilmente lhe chama para um bom churrasco e na sombra da mangueira se refrescar, grandes rios que na época certa você pode pescar, gado leiteiro, gado de corte, uma roça farta para você se deliciar, turismo também para você não vai faltar: Pantanal, Bonito, Bodoquena, Aquidauana, Jardim, Miranda, Coxim, Rio Verde, Rio Negro, Corumbá e Campo Grande a nossa linda capital, tem tanta coisa que aqui não dá para enumerar só você vindo pra cá. A música daqui é sensacional:Almir Sater, Grupo Acaba, Delinha, Marlon Maciel, Michel Teló, Luan Santana, Nei Matogrosso, Lenilde Ramos, Guilherme Rondon, são tantos.
Para lhe contar mais, venha nos visitar, arrasta uma cadeira e vamos prosear!

O nome Ana Maria Pantaneira é uma homenagem ao estado de Mato Grosso do Sul, o meu estado. Esta é a minha terra, aqui é o meu lugar!!!



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domingo, 3 de fevereiro de 2013

A desaparecida




Conta-se que isto ocorreu no pantanal da Nhecolandia, no baixo Rio Negro, pra frente da barra mansa, em um retiro perdido naquele sertão de “meu Deus”, alias o mais bonito desses sertões perdidos.
Corria o mês de julho, mês seco, árido, a lida do gado já havia acabado, era hora de arrumar as cercas, mangas e a curralama, deixar tudo pronto para enfrentar a próxima estação das águas. O peão pantaneiro ia arrumar um mangueiro a uns 300, 400 metros de casa, Antes de clarear comeu o quebra-torto (tira jejum) e pediu para a mulher mandar o café da manhã e o almoço para adiantar o serviço, que era muito. O dia corria normal lá pelas sete sua filha de 5 anos chegou com seu café: café, leite, pão, um assado e farofa pra dar sustança e água fresca pro tereré. Brincou um pouco com a menina, uma linda pantaneirinha dos olhos escuros, esperta que ela só, nascida e criada naquelas bandas e pediu:- Me traga o almoço mais tarde, la pelas onze horas.
O dia correu, o peão terminou o serviço e chegou em casa no meio da tarde e disse para mulher:- Você esqueceu de me mandar o almoço, estou vazado de fome, e a mulher dando um pulo de susto respondeu que tinha mandado a menina as onze horas como ele havia pedido, na primeira hora pensaram que a menina havia se distraído e estaria pescando no rio ali perto, coisa que ela adorava fazer. O pai saiu a cavalo enquanto a mãe andava aquelas beiradas de mato ali por perto, o dia foi terminando e nada da menina aparecer. Com o coração apertado, aquela noite o pai pediu socorro a sede por radio. No dia seguinte, conforme a tradição pantaneira manda, quando alguém precisa de socorro todos ajudam, sem cobrar nada, sem ninguém pedir e por quanto tempo seja necessário, começou a chegar ajuda, peões das fazendas vizinhas que haviam ouvido o pedido por radio apareciam de todos os lados, em dois dias eram uns quarenta ou cinquenta, com peões vindos de até 2 marchas de distancia (40 a 45 km). Formaram grupos de 10 e bateram toda aquela região, metro a metro, palmo a palmo. Onça não era, não tinha cheiro de onça, não tinha marcas, o rasto da pantaneirinha sumia no meio do carreador, do nada. Por uma semana bateram aquele pantanal a fundo, baia por baia, croa por croa, arvore por arvore, córregos, rios e todo lugar que pudesse estar uma criança ou mesmo um corpo. Conforme iam passando os dias o desanimo foi tomando conta daqueles homens, já com 6 ou 7 dias ninguém tinha mais esperança de encontrar a menina viva, mas ao menos o corpinho para os bichos não comerem, mas nem isso, nada, nenhum sinal por menor que fosse. O casal dando a filha como morta agradeceu o trabalho de todos.
E a vida seguiu, os pais se esforçando para esquecer e os meses foram passando. Já próximo do natal o peão chega em casa e encontra a mulher eufórica, em uma alegria só:- nossa filha esta viva, eu a vi na beira do carreador e quando tentei me aproximar ela sumiu no mato, mas era ela eu tenho a certeza de mãe que era ela. Ele pensou: tanta saudade que tá vendo coisas. Passado alguns dias ele montado a cavalo viu um criança brincando, ao longe. Como uma criança, aqui? Nesse sertão só? Tentou se aproximar e a criança correu para o mato e sumiu. Inconformado montou campana por ali e dois ou três dias depois conseguiu avistar a menina de perto, e sim era sua filha como sua mulher havia dito, mas ela escapou por aqueles matos que nem ele mateiro experiente encontrou. A noticia que menina esta viva correu longe e novamente aqueles bravos peões se reuniram para nova busca, frutífera pois no terceiro dia encontraram a pantaneirinha perdida, perfeita, saudável e assustada como um bicho. Estava limpa, com suas roupas em farrapos, bem nutrida, os cabelos em lindas e articuladas tranças, mas não falava, talvez pelo tempo ou pelo susto mas não conversava. Passaram alguns dias e menina se acostumou a casa, aos pais, ao carinho da mãe e aos poucos voltou a conversar. Quando já conversava tudo (adorava falar) o pai perguntou aonde ela ficou, quem cuidou dela e quem havia feito aquelas tranças, ela respondeu: Eu esta indo e me distrai e acabei me perdendo, fiquei com muito medo, ai apareceu um senhor barbudo, pequenino, que me deu abrigo e comida e eu fui ficando lá. O pai intrigado perguntou:- E aonde mora esse senhor? Ela respondeu eles moram nas matas. Eles? Exclamou o pai, ela disse:- sim pai eles são bastante, crianças, moços, de todo jeito. O pai incrédulo e querendo descobrir o mistério do sumiço da filha perguntou: Como eles são? E a pantaneirinha respondeu:- Pai são iguais a gente, só que pequenos, e rindo ela completou só tem uma coisa engraçada, só eu que tinha duas pernas.


Créditos de: Claudio Manoel Carvalho  Costa 

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